quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Será que eu dou conta?


Tá chegando! Daqui a exatas 30 horas estarei feliz da vida começando a prova da Corpore de Campos do Jordão. Vou pedalar.

São 137 km, sendo 34 de pedal e 103 de corrida, divididos em 5 corredores. Eu sei, eu sei, não é justo. Mas ninguém me obrigou, vou pedalar os 34km sozinha e feliz da vida. Bom, daqui a 28 horas, talvez esteja um pouco menos feliz, cansada, pensando naquela velha frase: o que estou fazendo aqui??

Mas daqui a 27 horas, quando estiver cruzando a linha de chegada, vou pensar que foi uma das melhores coisas que fiz na vida. Como sempre penso quando termino uma prova. Mas desta vez estou mais ansiosa, vai ter uma equipe inteira dependendo de mim, esperando eu terminar o pedal, e sei que os morros de Campos são malditos. Será que eu dou conta??

Bom, infelizmente tenho que ir dormir, porque daqui a 10 horas tenho que ir pra Globo...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Chopinho merecido

Estou bêbada. Não me responsabilizo por minhas palavras. Foram só três chopes, mas com o cansaço e o tempão abstênica, fiquei assim, alegrinha.

A noite está linda, saí relativamente cedo do trabalho (dez da noite), não consegui recusar o convite de um velho amigo para espairecer e dar risada. Chope gelado, bar do meu bairro que adoro (o bairro e o bar), uma conversa boa com uma companhia mais que querida, isso tudo me fez ver que a vida é um pouco mais que trabalho, esportes e desilusões.

Mas mesmo assim não consegui resistir, e marquei outro encontro. Só que este será de bike, no pico do Jaraguá, e ao invés de chopes, teremos muito gatorade e frutas geladinhas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Puta trampo do caralho!


São duas da manhã. Acabei de sair do trabalho. Fechamento da edição. Mas este não é o motivo. Trabalhei deste jeito nas duas últimas semanas. E o pior é que continuo pobre! E por causa desse horário louco, perco todos os meus treinos. É isso que me desanima mais. Sinto muita falta deles, fico com dor de cabeça, indisposta, mau-humorada... É a alegria do meu dia que não acontece. É triste.

Mas tem uma recompensa: a revista está ficando bonita pra cacete! Puta projeto gráfico legal.

Agora tenho que dormir. Amanhã tem mais. Trabalho é claro.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Terríveis subidas


Depois que resolvi deixar de ser otária e viver minha vida, percebi que minha até que tem uns bons momentos. O que mais gosto de fazer é praticar esportes. Sou esportista desde criança. Mas depois de adulta descobri a MTB, depois a corrida, depois o ciclismo, a corrida de aventura, o triathlon, o remo. E como uma boa canceriana, não consigo largar nenhum deles. São meus!!

Agora estou na fase da corrida de aventura, porque engloba quase todos os esportes que gosto. E finalmente criei coragem para enfrentar a tão temida maratona. Será em novembro. Deste ano.

O que é mais legal na maratona é o planejamento. Precisamos começar a treinar uns seis meses antes. Não estou treinando há seis meses, e sim, há quatro anos. Não sou boa na corrida, sou melhor na MTB, mas sou insistente. Sempre gosto do que é mais difícil. Alguns chamam isso de outra coisa. Deixem eles...

Neste final de semana, para espantar a tristeza, extravasar o stress, e aproveitar o dia lindo, fui cedinho pra Usp. Sábado de manhã é meu dia sagrado de esportes. Gosto de chegar na usp e não ter hora para sair. Não marco nada neste dia. Sim, porque depois de me matar de me exercitar, adoro chegar em casa, tomar um banhão, comer enlouquecidamente por horas, e dormir, dormir... Que delícia!

Agora estou treinando com uma assessoria nova, cheia de gente legal, bonita, simpática. É lindo ver que existem pessoas muito interessantes, além daquelas que eu achava que eram as mais interessantes do mundo. Depois de correr 15km num calor de 31ºC, encontrei meus novos amiguinhos e fomos todos alegres e contentes para a raia dar uma remadinha. Só pra relaxar.

No domingo fui com o pessoal do NT para o Pico do Jaraguá. Tenho que treinar muita subida, para encarar o revezamento Bertioga-Maresias, em que subirei a serra de Maresias. Só quando estava terminando, exausta, o Jaraguá é que percebi a roubada que estou me metendo, em relação ao revezamento. Faltam duas semanas. Dizem que é três vezes mais difícil e longo. Estou com medo. Talvez não dê conta. Não tenho tempo suficiente para me preparar melhor. Mas agora já formei equipe, fiz um estardalhaço, não posso desistir. Devia ter ido ao Jaraguá antes. Acho que vai ser meu primeiro mico.

Aliás, devia mesmo ter ido ao Jaraguá antes. Que delícia! Estrada linda, subida foda, sombrinha... Foi um ótimo domingo. Domingo que vem estarei lá de novo. Pra tentar diminuir o futuro mico. Mesmo o mico, vai ser ótimo!

E que venham todas as terríveis subidas do mundo! Que venha a serra de Maresias!

sábado, 15 de setembro de 2007

Tapa na cara

Esses dias levei um tapa na cara. E acordei pra vida.

Na verdade foram dois tapas. O primeiro me deixou atordoada, foi só no segundo que percebi a humilhação que estava me submetendo.

Foram tapas de dois amigos. O primeiro, de atitudes duvidosas, agiu cruelmente. Não tinha a intenção de me ajudar, e sim de provar para si mesmo que tem o controle de pelo menos alguma situação em sua vida. Pensando bem, acho que não é meu amigo. Nunca foi.

O segundo também foi cruel, mas com uma intenção completamente diferente. Ele sabia que só agindo assim eu perceberia o que eu estava fazendo da minha vida. Ele tinha que ser duro, pra mostrar a realidade dos fatos. Deu sua sincera e coerente visão masculina dos fatos. Era o que eu precisava.

Eles conseguiram o que queriam. Os dois. E eu estou aliviada.

Tirei o nariz de palhaço, finalmente.

domingo, 9 de setembro de 2007

Japa de olho grande

Sou mestiça. Sunsei. Mistura entre japonês com brasileiro.

Meu pai é brasileiro, paulistano mesmo. Morou sua vida inteira por aqui, e só depois de ver as suas quatro filhas encaminhadas na vida, é que começou a conhecer o mundo.

Minha mãe é japonesa. Nissei. Nasceu aqui no Brasil, mas seus pais são do Japão, vieram pra cá fugindo da guerra, como a maioria da colônia japonesa que existe por aqui.

Quando criança, como todas que têm uma vida normal, visitava freqüentemente meu dithán e bathán (para os que não são japas, meu avô e avó, respectivamente). Eles quase não falavam português, e por esse motivo, quase não conversávamos. Mas eu entendia o que eles diziam, mais uma vez, porque era uma criança normal e saudável, e aceitava, ou não, os mandius e motis que eles me ofereciam.

Lembro-me muito bem do cheiro da casa deles, que só uma casa típica japonesa, que utiliza todos e exclusivamente, os ingredientes da culinária nipônica. Os livros, os quadros, os chinelos e roupas. As maneiras de comer, de cumprimentar, de sentar, como se comportar, com o olhar indireto e sempre olhando para baixo. Passos curtos e rápidos, gestos e palavras contidas. Tudo é diferente, parece outro país, do outro lado do mundo. E quando crescemos no meio disso, só percebemos o quanto somos diferentes das outras pessoas, quando passamos um tempo longe.

Hoje, depois de quase 10 anos que eles faleceram, tenho a consciência que tenho minha cultura divida em dois mundos. Não porque aprendi em livros ou ouvi alguém contando, mas porque tive uma experiência de vida que só alguém com algum laço sangüíneo sabe de que estou falando.

Quem pensa que conhece a cultura japonesa, só porque sabe os nomes dos sushis e sashimis da moda, ou por causa de alguma coincidência bizarra da vida, para mim, é apenas uma pessoa fascinada e deslumbrada com uma coisa ou situação nova. Não falo isso com desdém ou com algum aborrecimento, apenos porque acho engraçado o súbito interesse por uma cultura tão longe e diferente da brasilieira, e isso ter virado tão momentaneamente "in" por aqui.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vida besta

Pra mim, vida besta é aquela sem perspectiva, sem ilusões. Idiota mesmo. Diferente de um suspiro de nada pra fazer, nada pra se preocupar. Tem sim, preocupações, se a vida vai continuar besta por muito tempo.

Besta é ruim. Tem as frustrações, tem aquele sentimento de que o que o que temos não é o suficiente. Não basta um afago, tem que ter carinho. Não adianta ser uma companhia legalzinha, tem que ter desejo. Não adianta só ter um tesão momentâneo, tem que ser constante. Aquela saudade gostosa, mesmo que está longe há cinco minutos. Uma paixão que desconcentra, que nos movimenta para um lado semi-desconhecido e excitante. Se não tem tudo isso, a vida fica besta... Se não tem amor, não dura.

E o amor dura. Dura até quando não é correspondido. O amor é cruel, é maldoso, não deveria existir quando não é recíproco. Deveria ter regras: se você não me ama tudo bem, eu aperto o botão de apagar amor. Onde está esse botão? Quem foi o idiota que esqueceu de colocá-lo na programação da matrix?

Não adianta, o botão é arcaico, a válvula. Demora pra funcionar. Mas dizem que funciona. É que dois amores não ocupam o mesmo lugar no espaço.

Tomara que o próximo não demore pra aparecer. Tomara que apareça antes que meu coração vire pedra.