Último dia

Parece que passei muito mais do que dois meses e meio aqui na Globo. Sinto até uma espécie de melancolia, ao lembrar que hoje é meu último dia. Não chega a ser tristeza, só um certo vazio, mas na verdade estou aliviada. É claro que isso é só porque tenho outra coisa engatilhada, o que me deixa um pouco tranqüila. Mas não muito...

Saio com a cosciência tranqüila, de quem cumpriu o que se propôs. Rendeu bons frutos essa editora. Muitos contatos e muito, mas muito mesmo, aprendizado prático.

Mas estou louca pra falar: ai que alívio sair daqui!!!

Esperando...

Estou no meu trabalho, e pela primeira vez na vida, não tenho o que fazer. Nunca vi isso, não tem trabalho!!! Estou numa revista semanal, então as coisas são feitas muito rapidamente: chegou a notícia, escreveu, diagramou, aprovou e pronto! Em quinze minutos o processo todo foi feito! É incrível. Mas existe a hora do ócio. É aí que escrevo. E que penso na vida (ai, tomara que chegue alguma notícia logo!)

Fui almoçar com minhas amigas da Bola. Comemos, conversamos, falamos mal e bem de homens e trocamos promessas de outros encontros, que sempre acontecem. São boas amigas. Toda vez que as vejo, agradeço aos céus por ter saído daquele emprego. Como tive que me mexer depois que saí de lá, tive que me virar mesmo, aconteceu na hora certa. Apesar das dificuldades financeiras que passei, foi muito melhor pra mim, tive que correr atrás do prejuízo. Fiz novos contatos, recuperei outros, deixei a timidez de lado e meti as caras. Tudo bem que tive que aceitar alguns trabalhos meio pentelhos (como este, por exemplo), mas tudo para ampliar os contatos. Essa vida de freelancer é assim mesmo...

Tempo ao tempo

Como pode a gente sentir tanta falta de algo que nem deu tempo de se acostumar?

Foi tudo muito rápido, muito empolgante, interessante e viciante. Por isso deu errado. Essa minha mania possessiva e intensa assusta as pessoas. Difícil entrar na mesma sintonia que a minha. Acho que sou intensa demais. Gosto demais, me empolgo demais, falo demais, como demais, brigo demais, imagino demais, corro demais. Sofro demais... E amo... como amo... Meus gatinhos, meus amigos, minha família, meus namorados. Eles nem imaginam o quanto.

Não gosto de ser assim. Fica tudo muito mais difícil. Tenho que fazer muito mais esforço pra tudo.

Êta fasezinha chata essa viu! Estou louca pra postar algo legal, feliz, mas não rola! Só fico aqui, reclamando da vida. Ainda bem que não dei esse endereço pra ninguém. Tomara que ninguém descubra.

Dia estranho

Tá cinza. Frio, mas calor. Chuvisca um pouco. Esquisito, muito esquisito.

Estou trabalhando num ambiente completamente hostil, pelo menos por enquanto. Segundo dia, mas nem vai dar tempo de me acostumar. Fico só uma semana. Cobertura de férias. O que a gente não faz pra ganhar dinheiro...

Hoje faria um mês de uma coisa que nem quero ficar lembrando. Mas lembro. Toda hora. Foi uma coisa legal, mas chata. Legal porque foi gostoso. Chata porque acabou. E acabou quando tava gostoso. Muito chato...

Nessa minha época de freelancer, minha vida muda completamente quase toda semana. Trabalho novo implica em colegas novos, rotina nova, comida nova, e, às vezes, até namorado novo. O duro é que sempre estou em fase de adaptação. E tímida que sou, fica difícil pra mim. Por isso agora me apego muito mais aos meus verdadeiros amigos, à minha família, aos meus gatos e à minha psicóloga. Não preciso de adaptação com eles.

Mas está tudo se acertando. Devagar, com calma. Até o imprevisível pode ser controlado. É isso que estou tentando aprender. Vai dar tudo certo.

O início

Não sei bem o que quero com isso. Criar um blog com o seu nome e sobrenome não é a melhor idéia de discrição. Não tenho muitos amigos, mas os que tenho me conhecem por Cinthia Suenaga, inclusive meus inimigos. Sim, tenho meia dúzia deles. Mas provavelmente não perderão seu tempo procurando uma fulana que não faz mais parte de suas vidas. Por causa destes fatores esse blog não pode ser uma espécie de diário, não conseguiria expor para todos os meus sentimentos mais íntimos, e também provavelmente não conseguirei evitar uma certa exibição arrogante de hábitos, qualidades e falsas verdades.

Bom, então aí lá vai. Uma primeira exposição de sentimentos.

Hoje realmente não foi meu dia, acho que é por isso que resolvi ir desistir de minha luta de criar um blog, e começar logo com isso. Um dia todos fazem um, é inevitável. E já que o dia está uma bosta, vamos terminar a merda de vez.

Apesar de um belo sábado de sol, não fui correr, não fui ao churras dos meus queridos amigos da bola, não trabalhei, fiquei apenas ruminando os últimos acontecimentos surpreendentes. Eu me acho tão incrível, que, pela segunda vez na vida, não consegui acreditar que alguém pudesse não me querer mais. Como assim? Você não percebe o que está fazendo? Como você pode querer ficar longe de mim? Sou irresistível!! Linda, inteligente, independente, moderna, descolada, culta, e muito modesta. É um otário mesmo. Alô, fulano? Sou eu... como assim? não, não seja tão radical, você disse que me amava tanto ontem! Por favooooooooor..... Naaaaaaaaão..... Ah. Vai pensar? Vai me ligar depois? Tá bom, tá bom!!

É claro que não ligou, e ainda teve um requinte de crueldade, alguns comentários completamente dispensáveis e arrogantes, que nem vou me dar ao trabalho de repetir, porque morro de raiva de não ter dito antes dele.

O que acontece com os homens de hoje? Não conseguem enxergar que não podem fazer isso? Deveria ser contra lei! É muita burrice! Desistir de uma pessoa como eu... isso realmente é muita burrice...

Agora vou trabalhar. Eu sei que é sábado a noite! Mas sou uma pessoa muito ocupada! E vou fazer um vuduzinho também...